A Luta Antimanicomial no Brasil
se configura como um movimento
histórico de resistência e transformação social, marcado pela luta por direitos
e
pela desinstitucionalização das pessoas com sofrimento mental. Surgindo em
um contexto de contestação à ditadura militar e à hegemonia do modelo
manicomial, que segregava e violava os direitos humanos desses indivíduos, o
movimento se consolidou como um marco crucial na construção de uma
sociedade mais justa e inclusiva.
A década de 1970 foi um período seminal para a luta antimanicomial.
Influenciada por movimentos sociais como a Reforma Sanitária e a luta por
direitos civis, a comunidade de saúde mental, composta por profissionais,
usuários, familiares e ativistas, se uniu para questionar o modelo manicomial
vigente. Em 1987, essa união se concretizou na realização do I Encontro
Nacional da Luta Antimanicomial, em Salvador, BA, um marco histórico que
selou a organização e articulação do movimento em todo o país.
O movimento em suas diversas articulações produziu tensionamentos
que culminaram com a instauração de um novo modelo de cuidado na saúde
mental no território nacional. Esta nova proposta é construída em intensa
articulação profissional com usuários dos serviços destinados ao cuidado de
pessoas com transtorno mental e familiares, requerendo uma formação atenta
às suas necessidades.
Nesse sentido, apresenta-se esse evento como um espaço de partilha e
construção de saberes sobre teorias e experiências sobre o cuidado das pessoas
em
sofrimento psíquico.